A Guerra entre o Espírito e a Carne – Pastor Abel Pereira Corte

A GUERRA ENTRE O ESPÍRITO E A CARNE

É carnaval. A própria origem do carnaval é obscura. É possível que suas raízes se encontrem num festival religioso primitivo pagão, que homenageava seus deuses grego-romanos em grandes festas. Entre elas, existiam as satúrnias (para o deus grego saturno – o deus da agricultura. era a festa da abundância) e os bacanais (para o deus Baco, conhecido lambém como Dionísio).

Essas comemorações eram regadas a muito vinho e com orgias diversas. 11 própria palavra “carnevalemen” significa: o prazer da carne. Exaltação aos prazeres da carne.

Isto nos leva a refletir sobre o que Paulo nos adverte em Gálatas sobre as obras da carne e o fruto do Espírito. Em Gálatas 5: 16 diz: “Andai no Espírito, e jamais satisfareis à concupiscência da carne”. O andar cristão deve ser guiado pelo Espírito Santo dentro do nosso espírito, e não pela carne.

Há, dentro de nós, uma guerra entre o Espírito e a carne. Estes dois opõem-se um ao outro. A carne cobiça contra o espírito para atingir seu próprio desejo; o Espírito luta contra a carne pelo propósito de Deus – Gl 5.17.

Paulo, em Gálatas 5: 16-25, mostra um nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele cristão que é controlado e, ainda, se deixa vencer pela natureza humana pecaminosa.

As obras da carne, conforme Gálatas 5: 19-21, são expressão do velho Adão, do homem caído. Carne é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, e é importante frisar que esses desejos continuam no cristão após a sua conversão, sendo o seu inimigo mortal.

As obras da carne incluem:

1. Prostituição – imoralidade sexual de todas as formas. Isso inclui também gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficas ­Mt 5.32; 1Co 5:1.
2. Impureza – pecados sexuais, vícios, inclusive maus pensamentos e desejos do coração – Ef 5:3.
3. Lascívia – sensualidade – 2Co 12:21.
4. Idolatria – adoração de espíritos, pessoas ou ídolos. Confiar numa pessoa, objetos como se tivesse autoridade igualou maior que Deus e sua palavra – Cl 3:5.
5. Feitiçarias – espiritismo, magia negra, adoração de demônios – Êx 7.11,22; Ap 9:21.
6. Inimizades – antipatia e ações hostis.
7. Porfias – brigas, oposição, luta por superioridade – Rm 13:13; 1Co 1 : 11.
8. Emulações – ressentimento, inveja amarga do sucesso dos outros Rm 13:13; 1Co 3:3.
9. Iras – ira ou fúria explosiva que são demonstradas através de palavras e ações violentas – Cl 3:8.
10. Pelejas – ambição egoísta e a cobiça do poder – 2(0 12:20.
11. Dissensões – introduzir estudos que gerem divisões na igreja sem qualquer respaldo na palavra de Deus – Rm 16: 17.
12. Heresias – grupos divididos dentro da congregação, formando conluios egoístas, que distorcem a unidade da igreja – 1Co 11: 19. 13 Invejas – antipatia, ressentimento contra outra pessoa que possui algo que não temos ou queremos.
13. Homicídio – matar o próximo por perversidade.
14. Bebedice – descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante.
15. Glutonarias – diversões, festas com comida e bebida de modo extravagante e desenfreado envolvendo também drogas e sexo.

1. A carne realiza obras sem vida e, no versículo 21, as palavras de Paulo sobre as obras da carne são severas e enérgicas: “Não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam”.
2. De fato, os que vivem em atos pecaminosos não receberão a recompensa do reino vindouro de Deus. Ainda que venham a ser salvos, por já terem sido um dia regenerados, sofrerão uma grande perda ou dano – 1 (o 3: 15. Quem se diz ser crente em Jesus, e pratica tais obras, não terá salvação.
3. O Espírito gera “fruto” cheio de vida. Em contraste com as obras da carne temos um modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama de “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente na medida em que ele permita que o Espírito dirija e influencie sua vida a tal ponto de subjugar as obras da carne, e andar em comunhão com Deus – Rm 8:5-14; Ef 4:2,3; 2Pe 1 :4-9.

O fruto do Espírito inclui:

1. Amor – o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca – Rm 5: 5; Ef 5:2; Cl 3: 14
2. Gozo – sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas promessas e na presença de Deus – 2(06.10; 1 Pe 1.8
3. Paz – a quietude de coração e mente, Rm 15:33; Hb 13:20
4. Longanimidade – perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou
5. para o desespero – Ef. 4.2; Hb 12:1
6. Benignidade – não querer magoar ninguém – Ef 4: 32, 1 Pe 2: 3 6 Bondade – zelo pela verdade e repulsa ao mal – Lc 7:37-50
7. Fé – lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso e honestidade – Mt 23:23; Rm 3:3; Tt 2:10
8. Mansidão – moderação – 2Tm 2:25; Ef. 4:2
9. Temperança – controle ou domínio sobre os nossos próprios desejos e paixões, inclusive fidelidade aos votos conjugais, também a pureza – 1(07:9; Tt 1 :8; 2.5.

Nós cristãos podemos e devemos praticar essas virtudes continuamente em nosso viver diário.

Portanto, não basta sabermos distinguir entre o fruto do Espírito e as obras da carne. Precisamos ter a mais profunda impressão de que sem esse Espírito é inteiramente impossível ter um andar cristão.

Na verdade, isso é um fato misterioso: o espírito de Deus mesclado com
nosso espírito, nas profundezas de nosso ser, a ponto de os dois serem um só espírito, pelo qual temos o andar cristão.

Esta é a realidade da vida cristã, a fonte única pela qual devemos fazer cada pequena coisa do nosso dia-a-dia. Não somos um com o Senhor apenas nas grandes coisas, apenas nos momentos decisivos da história da igreja ou nas grandes decisões da nossa vida. Devemos ser um com o Senhor até nas ações mais corriqueiras da nossa vida. Nós devemos andar segundo esse Espírito.

Amados irmãos e irmãs, andemos apenas por meio do Espírito de Deus que habita em nós, pois assim estaremos sempre produzindo fruto do Espírito em nosso viver diário.

Disponível no site: www.unidosnafe.com.br